"O bom leitor lê o que se escreve nas linhas, o pesquisador, as entrelinhas."
Flanklever

sexta-feira, 16 de março de 2012

Caros Leitores, depois de conhecerem a empresa onde estou a estagiar está no momento de saberem o que tenho realizado. Durante aproximadamente os três meses de estágio vou passar por diferentes áreas, que são a Higiene e Segurança no Trabalho (HST), Higiene e Segurança Alimentar (HSA) e associado a estas a respetiva Formação.
A área onde estou a desenvolver o meu primeiro período de estágio é a área de Higiene e Segurança Alimentar estou a ser acompanhada pelo Engenheiro Joel Antunes.

           O que é a Segurança Alimentar?
A Segurança Alimentar surge atualmente como uma das principais preocupações da Indústria Alimentar. Tal decorre da grande preocupação do consumidor com os alimentos que come atualmente e do receio que estes não sejam seguros para a saúde humana, ou seja que não sejam inócuos. E, no entanto, se atentarmos ao estado sanitário dos alimentos e aos cuidados e cautelas a que são sujeitos atualmente aquando do seu fabrico, muito maior nos dias de hoje, tal preocupação aparece como um paradoxo.
Esta maior preocupação com os alimentos só pode ser entendida se tivermos em atenção, quer a evolução da sociedade, quer a maior sofisticação na produção de alimentos, sentida nos últimos anos.

Evolução da Sociedade                                                      

Nas últimas décadas a sociedade urbanizou-se, verificando-se cada vez mais uma maior concentração da população nos centros urbanos, sem que estes estabelecessem qualquer ligação com a atividade agrícola. Este afastamento do mundo rural, leva a um desconhecimento do ciclo da produção primária e da matéria-prima dos alimentos.
Para além da população ter adquirido uma vida mais urbana também se verifica uma menor disponibilidade para confecionar os alimentos. Enquanto há 30 anos uma família disponibilizava em média 2 horas para confecionar uma refeição, atualmente a média não ultrapassa meia hora, havendo estratos da população que não ocupam mais de 15 minutos.
Outra característica da sociedade moderna é a sua grande sedentarização e a consequente preocupação com uma dieta alimentar diferente e mais adaptada a esta vida sedentária e com escasso exercício físico.
Foram estas modificações na sociedade que levaram a uma nova relação com o alimento, havendo simultaneamente uma maior preocupação com a composição nutricional do alimento e um maior afastamento ou desconhecimento do seu processo de fabrico, o que o torna mais sensível abrindo caminho muitas vezes a receios infundados.

Resposta da Indústria

A estas evoluções e preocupações por parte do consumidor, a indústria alimentar responde produzindo alimentos mais adaptados às novas exigências e limitações de tempo deste mesmo consumidor e, simultaneamente, mais sofisticados na sua composição. Assistimos assim a uma acelerada transformação da indústria alimentar nos últimos anos, sector que tradicionalmente era uma indústria de alterações bastante diminutas. Naturalmente que tais transformações não se deveram apenas às mudanças dos gostos consumidores. A indústria alimentar também tem de responder aos desafios da globalização e aumento da concorrência, beneficiando, por outro lado das inovações em avanços da tecnologia e biotecnologia.
Por outro lado ainda, o consumidor tem uma atitude dupla e por vezes paradoxa face a estas evoluções. A sua “vida sem tempo” leva-o a optar por produtos que beneficiam das vantagens das inovações tecnológicas. Referimo-nos a produtos de confeção rápida, com doses de dimensão adequada e de conservação mais extensa. Simultaneamente mostram uma preferência a produtos ligados a regiões e culturas tradicionais, sem qualquer transformação.
É a esta dupla atitude, nem sempre muito compatível que o produtor de alimentos tem de responder, assegurando simultaneamente níveis elevados de inofensividade.

Segurança Alimentar no Princípio do Séc. XXI

A evolução anteriormente referida da sociedade, as crescentes preocupações com a alimentação e as crises alimentares da segunda metade dos anos noventa, especialmente a BSE e as Dioxinas, justificam a atual importância atribuída à Segurança Alimentar, que se tornou o fundamental tema de debate dos primeiros anos do século XXI.
A indústria promoveu Campanhas de Comunicação sobre Segurança Alimentar onde abriu as portas das suas indústrias, e comunicou a dinamização adoção de Códigos de Boas Práticas e de sistemas de autocontrole, pelas suas empresas.
Os Governos e a União Europeia promoveram um grande debate sobre a forma de aumentar os níveis de Segurança Alimentar e restaurar a confiança dos consumidores, tendo posteriormente criado, ou em vias de criar Agências Alimentares que prosseguem precisamente estes objetivos.


          Recuperação da Confiança do Consumidor

Foi sendo cada vez mais claro, quer à indústria, quer aos governos que não chegava garantir níveis elevados de Segurança Alimentar, senão se fizesse uma correta comunicação ao consumidor, transmitindo-lhe corretamente as informações adequadas, e assim voltar a ter de novo a sua confiança.
Este esforço de uma boa comunicação tem, por outro lado, de ser complementado com a presença de uma Entidade Científica credível capaz de analisar cientificamente os perigos que se põem, ou podem colocar para a saúde pública e capaz de ser aceite pelo consumidor nos seus pareceres.

            Segurança Alimentar e Qualidade

          Quando nos referimos a Segurança Alimentar e Qualidade estes surge-nos como conceitos equivalentes.
Qualidade é, no entanto, muito mais do que a inocuidade dos alimentos, a que vulgarmente se chama Segurança Alimentar, não podendo, por outro lado existir sem ela. Sendo a Qualidade um conjunto de atributos de um alimento que o tornam ser alvo de ser escolhido, por parte do consumidor, integra naturalmente a exigência da sua inocuidade, condição à partida de rejeição, caso não se confirme.
No entanto o alimento não possuir nocividade para o consumidor não é só este fator que condiciona a escolha.
De facto um alimento seguro ou inócuo, se não possuir bom sabor e não responder às qualidades nutricionais, de embalamento, conservação, ou outras que dele espera o consumidor, dificilmente terá a preferência deste último.
Há pois que promover a Qualidade, para que a oferta do mercado corresponda aos interesses dos consumidores sem, no entanto, confundir estes dois conceitos. O verdadeiro desafio que se coloca a todos nós, consumidores ou produtores é a procura de uma Qualidade cada vez mais superior.


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