"O bom leitor lê o que se escreve nas linhas, o pesquisador, as entrelinhas."
Flanklever

sábado, 28 de abril de 2012

Dia Nacional de Prevenção e Segurança no Trabalho

Hoje celebra-se o Dia Nacional de Prevenção e Segurança no Trabalho e como esta semana comecei o estágio na parte de Higiene e Segurança no Trabalho juntou-se o “útil ao agradável” como se costuma dizer.
Esta é uma data que pretende envolver e chamar a atenção dos empregadores e dos trabalhadores para a prevenção dos acidentes de trabalho e das doenças profissionais.
Esta efeméride está associada ao Dia Mundial da Segurança e Saúde no Trabalho promovido em todo o Mundo pela Organização Internacional do Trabalho.
A primeira cerimónia teve lugar em Nova Iorque, na Organização das Nações Unidas, onde foi aceso um memorial para recordar todos aqueles que perderam a vida enquanto trabalhavam ou adquiriram doenças relacionadas com a sua atividade profissional. Com esta primeira Jornada de Luto, estava consagrado o Dia Internacional de Luto pelas Vítimas de Acidentes de Trabalho e Doenças Profissionais.
A data foi escolhida para coincidir com as Jornadas Nacionais de Luto do 28 de Abril, previamente adotadas pelo Congresso Canadiano do Trabalho.
Em 2001 esta comemoração foi reconhecida e apoiada pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) e, atualmente, é celebrada oficialmente em inúmeros países.
Em Portugal, o dia 28 de Abril foi instituído como o Dia Nacional de Prevenção e Segurança no Trabalho, por Resolução da Assembleia da República n.º 44/2001.

Resolução da Assembleia da República n.º 44/2001

Institui o Dia Nacional de Prevenção e Segurança no Trabalho
A Assembleia da República resolve, nos termos do n.º 5 do artigo 166.º da Constituição, o seguinte:
1.    Instituir o dia 28 de Abril como o Dia Nacional de Prevenção e Segurança no Trabalho.
2.    Recomendar ao Governo, no âmbito das comemorações deste Dia Nacional, a realização de uma campanha de informação, formação e prevenção com o objetivo de reduzir os acidentes de trabalho.
3.    Recomendar ao Governo a apresentação anual, à Assembleia da República, dos dados disponíveis relativos à sinistralidade laboral, bem como a informação das medidas tomadas e ações realizadas no decurso do ano, assim como as previstas para o ano seguinte, na área da prevenção e segurança no trabalho, e ainda todos os relatórios elaborados pelo Conselho Nacional de Higiene e Segurança no Trabalho.

Factos:

▪ Ocorre 1 acidente de trabalho em cada 5 segundos, na EU;
▪ Morre 1 trabalhador a cada 2 horas, vítima de acidente de trabalho;
▪ 4,7 Milhões de acidentes de trabalho resultaram em baixas médicas superiores a três dias;
▪ Estima-se que, contabilizados os acidentes de trabalho que resultam na ausência de baixa médica ou em baixas inferiores a três dias, o número total seja de 7,6 milhões;
▪ A exposição ao risco é influenciada quer pela experiência de trabalho quer pela idade dos trabalhadores; a incidência de acidentes de trabalho é cerca de 50% superior entre trabalhadores com idades entre os 18-24 anos;
▪ Os acidentes de trabalho mortais são mais frequentes em trabalhadores com idades entre os 55-64 anos;
▪ A incidência de acidentes de trabalho é superior nas pequenas empresas;
▪ Os trabalhadores noturnos e os que estão sujeitos a turnos laborais têm uma incidência 50 a 70% superior de acidentes de trabalho;
▪ Entre as 00h00 e as 06h00, cerca de 2,6 acidentes em 1000 são fatais;
▪ 62% dos trabalhadores europeus nunca usam equipamento de proteção individual (EPI’s); 25% usam-no cerca de metade ou mais do horário normal de trabalho
[Dados retirados do “Retrato Estatístico sobre Trabalho e Segurança na União Europeia 1994-2002” ]
A higiene e a segurança são duas atividades que estão intimamente relacionadas com o objetivo de garantir condições de trabalho capazes de manter um nível de saúde dos colaboradores e trabalhadores de uma Empresa.
Segundo a O.M.S.- Organização Mundial de Saúde, a verificação de condições de Higiene e Segurança consiste "num estado de bem-estar físico, mental e social e não somente a ausência de doença e enfermidade ".
A higiene do trabalho propõe-se combater, dum ponto de vista não médico, as doenças profissionais, identificando os fatores que podem afetar o ambiente do trabalho e o trabalhador, visando eliminar ou reduzir os riscos profissionais (condições inseguras de trabalho que podem afetar a saúde, segurança e bem estar do trabalhador).
A segurança do trabalho propõe-se combater, também dum ponto de vista não médico, os acidentes de trabalho, quer eliminando as condições inseguras do ambiente, quer educando os trabalhadores a utilizarem medidas preventivas.
Para além disso, as condições de segurança, higiene e saúde no trabalho constituem o fundamento material de qualquer programa de prevenção de riscos profissionais e contribuem, na empresa, para o aumento da:
·         Segurança: Estudo, avaliação e controlo dos riscos de operação;
·         Higiene: Identificar e controlar as condições de trabalho que possam prejudicar a saúde do trabalhador;
·         Doença Profissional: Doença em que o trabalho é determinante para o seu aparecimento.

NÃO QUEIRA PERTENCER ÀS ESTATÍSTICAS.

LEMBRE-SE HOJE E NÃO ESQUEÇA AMANHA... NEM NUNCA.

O MAIS IMPORTANTE PARA SI, É... VOCÊ !!!

TRABALHE DE UMA FORMA SEGURA!


segunda-feira, 23 de abril de 2012

Microrganismos VS Temperaturas

A temperatura é um dos fatores mais relevantes na conservação, preparação e confeção de alimentos. Os aspetos mais proeminentes relacionados com os géneros alimentícios e controlo das temperaturas encontram-se descritos no Regulamento da Higiene dos Géneros Alimentícios (Regulamentação (CE) 852/2004, 853/2004 e 854/2004). O fator mais crítico na garantia da qualidade e no prolongamento da vida dos alimentos é a temperatura. Os abusos de temperatura têm um efeito especialmente adverso de fácil deterioração (Pais, 2007).
O efeito da temperatura no crescimento microbiano
A temperatura é um dos fatores ambientais que mais afeta a atividade e crescimento microbiano. Isto deve-se principalmente à influência da temperatura sobre a atividade das enzimas microbianas. Quanto mais baixa for a temperatura, mais lentos serão as reações bioquímicas, enzimáticas e o crescimento microbiano. O frio inibe ou retarda a atividade das enzimas microbianas dos alimentos, a velocidade de outras reações químicas não enzimáticas e o crescimento dos microrganismos nos alimentos (Inovadora, 2009).
A temperatura ideal para o crescimento microbiano situa-se no intervalo entre 5ºC e 65ºC. Este intervalo de temperatura denomina-se zona de perigo. É importante manter os alimentos fora da zona de perigo microbiano, porque nesta zona as bactérias duplicam-se a cada 20, 30 minutos, o que faz com que a permanência de alimentos neste intervalo comprometa a sua segurança (Abgrall e Misner, 1998). Dito de outra forma, para impedir o desenvolvimento microbiano é necessário manter as temperaturas inferiores a 5ºC ou superiores a 65ºC (Esteves et al., 2002).
O intervalo de temperaturas que permite o crescimento de uma dada população microbiana é determinado principalmente pelos efeitos que a temperatura tem sobre as membranas e as enzimas dos microrganismos que a compõem (Garbutt, 1997).

A relação entre a taxa de crescimento e a temperatura para os microrganismos é ilustrada na figura 1.

(Clique sobre a imagem para aumentar)
Na primeira parte do gráfico, de A para B, a taxa de crescimento aumenta, devido ao aumento da velocidade das reações enzimáticas. Em B, a taxa de crescimento atinge o máximo, em virtude destas reações terem atingido a sua taxa máxima. Segue-se um declínio rápido na taxa de crescimento, como consequência da desnaturação das enzimas pelo calor e devido aos danos sofridos pelas membranas celulares, atingindo-se um ponto (C), onde o crescimento cessa. As temperaturas A, B e C são as temperaturas cardinais para o crescimento. A é a temperatura mínima, a menor temperatura onde se verifica crescimento. As temperaturas abaixo do mínimo as propriedades das membranas celulares mudam, fazendo com que a célula não consiga transportar para o seu interior os nutrientes de que necessita. B é a temperatura ótima, a temperatura à qual os organismos crescem mais rapidamente. C é a temperatura máxima, a temperaturas superiores a esta não existe crescimento, em resultado das enzimas ficarem desnaturadas e por conseguinte perderem a capacidade de catalisar reações celulares essenciais. Estas temperaturas também atuam sobre as proteínas e lípidos na membrana celular, impedindo o seu funcionamento normal. Nem todos os microrganismos apresentam uma temperatura ótima distinta, visto que, muitas vezes têm um intervalo ótimo de crescimento (Garbutt, 1997).
As temperaturas mínimas e máxima para o crescimento de um microrganismo dependem de fatores como o pH e a atividade da água (aw). Se estes fatores relativos ao meio (pH e aw) se encontrarem fora dos seus valores ótimos, a temperatura mínima aumentará e a temperatura máxima diminuirá, estreitando-se assim o intervalo de crescimento (Garbutt, 1997).

terça-feira, 17 de abril de 2012

"Da teórica à prática"


Uma das problemáticas que referi na publicação anterior é a dificuldade de adaptar as formações aos diversos ramos que existem na área alimentar.
Um dos ramos onde não existia nenhuma formação específica era as queijarias, neste sentido sugeri a elaboração de uma formação para que quando houver formação neste tipo de estabelecimentos seja mais fácil de chegar a este tipo de clientes.
Elaborei uma formação que se intitula de Boas Práticas de fabrico de queijo e requeijão esta encontra-se dividida em:
·         Escolha do fornecedor de leite;
·         Recolha e transporte de leite;
·         Receção e armazenamento de leite;
·         Pasteurização;
·         Laboração;
·         Cura do queijo;
·         Lavagem de queijo;
·         Conservação;
·         Rotulagem;
·         Acondicionamento e embalagem;
·         Rastreabilidade. 
Com a abordagem deste tema fiquei a perceber como é todo o processo implícito no fabrico de queijo, todas as etapas que tem de passar até chegar ao consumidor final. Foi uma atividade que me deu gosto em realizar e espero poder a vir ter oportunidade de realiza-la no futuro.
Site de interesse:


Formação uma experiência diferente

(Fonte:http://www.santosvieiralda.com/contactos.htm)
Já passou algum tempo desde que começou esta aventura na K-med XXI, muitas já foram as experiências tidas, uma delas foi poder assistir a formações e posteriormente poder dar eu essas formações. As formações foram no âmbito da Segurança Alimentar, abordando as diversas temáticas que abordam este grande mundo. Desde microrganismos presentes nos alimentos e as causas e consequências que estão implícitas nestes, como todas as boas práticas a ter em conta quando se está em contato com os alimentos.
Formação profissional ou Formação no seu contexto geral significa um conjunto de atividades que visam a aquisição de conhecimentos, capacidades, atitudes e formas de comportamento exigidos para o exercício das funções próprias de uma profissão ou grupo de profissões em qualquer ramo de atividade económica.
O objetivo da formação profissional consiste em aumentar e adequar o conhecimento e as habilidades dos trabalhadores ao longo da vida. Em geral, existem três tipos de formação profissional: a formação profissional específica ou inicial (destinada aos estudantes que decidem iniciar-se na vida ativa), a formação profissional ocupacional (para pessoas desempregadas que desejam reintegrar-se no mundo do trabalho) e a formação profissional contínua (para os trabalhadores no ativo que querem adquirir maiores competências e que procuram atualizar permanentemente as suas capacidades, contribuindo assim para aumentar as possibilidades de empregabilidade).
“O empregador deve assegurar formação adequada, que habilite os trabalhadores a prevenir os riscos associados à respetiva atividade e os representantes dos trabalhadores a exercer de modo competente as respetivas funções”, segundo o artigo 282º ponto 3 do Código do Trabalho.
Quanto a objetivos da formação profissional, o código estipula os seguintes:
·         Garantir uma qualificação inicial a todos os jovens que tenham ingressado ou pretendam ingressar no mercado de trabalho sem ter ainda obtido essa qualificação;
·         Promover a formação contínua dos trabalhadores empregados, enquanto instrumento para a competitividade das empresas e para a valorização e atualização profissional, nomeadamente quando a mesma é promovida e desenvolvida com base na iniciativa dos empregadores;
·         Garantir o direito individual à formação, criando condições objetivas para que o mesmo possa ser exercido, independentemente da situação laboral do trabalhador;
·         Promover a qualificação ou a reconversão profissional e trabalhadores desempregados, com vista ao seu rápido ingresso no mercado de trabalho;
·         Promover a reabilitação profissional de pessoas com deficiência, em particular daqueles cuja incapacidade foi adquirida em consequência de acidente de trabalho;
·         Promover a integração sócio-profissional de grupos com particulares dificuldades de inserção, através do desenvolvimento de ações de formação profissional especial.

Segundo o Código de Trabalho no artigo 127º um dos deveres do empregador é “Contribuir para a elevação da produtividade e empregabilidade do trabalhador, nomeadamente proporcionando-lhe formação profissional adequada a desenvolver a sua qualificação” com que se encontra descrito na alínea d). Um dos deveres do trabalhador de acordo com o mesmo documento anteriormente referido no artigo 128º na alínea d) é “Participar de modo diligente em ações de formação profissional que lhe sejam proporcionadas pelo empregador;”.
De acordo com o artigo 165º do Decreto-Lei 35/2004 de 29 de Julho, o empregador deve elaborar planos de formação anuais ou plurianuais com base em diagnóstico das necessidades de qualificação dos trabalhadores. O plano de formação deve especificar, nomeadamente:
·         Os objetivos;
·         As ações que dão lugar à emissão de certificados de formação profissional;
·         As entidades formadoras;
·         O local e horário de realização das ações.
·         Os elementos que o plano não possa desde logo especificar devem ser comunicados aos trabalhadores interessados, ou, na sua falta, à comissão sindical ou inter-sindical ou aos delegados inter-sindicais, logo que possível.
·         As obrigações de elaboração de planos e da respetiva comunicação não se aplicam às microempresas.
 O empregador deve assegurar o cumprimento de um número mínimo de horas anuais de formação certificada que pode ser realizado através de uma ou mais ações de formação, de acordo com o artigo 163º ponto 1 do Decreto-Lei 35/2004 de 29 de Julho.

A k-med XXI é uma empresa prestadora de serviços e certificada para poder dar formação, caso não se encontrasse certificada não poderia fazê-lo segundo o ponto 3 do mesmo artigo referido anteriormente, “A formação referida no número anterior pode ser desenvolvida pelo empregado por entidade formadora certificada para o efeito ou por estabelecimento de ensino reconhecido pelo ministério competente e dá lugar à emissão de certificado e a registo na Caderneta Individual de Competências nos termos do regime jurídico do Sistema Nacional de Qualificações”.
            Dar formação nem sempre é uma tarefa muito fácil, por mais que estejamos preparados e à vontade com o tema, visto que nunca sabemos qual o público que vamos encontrar e a forma como vão receber a formação.
            Normalmente a hora escolhida para darmos as formações é o período de interrupção entre as atividades, no caso dos estabelecimentos de restauração entre o período de almoço e jantar e nesse instante os funcionários querem ir descansar para depois voltarem ao trabalho, o que faz com que por vezes não encarem muito bem a nossa abordagem.
            Uma dificuldade que há por vezes em dar formação é o tipo de formação a dar aos diversos tipos de estabelecimentos que existem, ou seja, uma formação que aborde temas como por exemplo os cuidados a ter com o óleo alimentar utilizado nas frituras não pode ser dada a um vendedor ambulante de peixe e legumes, não iria fazer muito sentido.
            Das diversas formações que dei já tive oportunidade de contatar com público diferente, uns clientes ouvem-nos e mostram-se interessados fazem questões o que nos facilita imenso o trabalho, porque nos dá um maior gosto, por outro lado existe clientes que não se mostram minimamente interessados desmotivando um pouco.
            De qualquer forma é sempre uma experiência enriquecedora, ter públicos diferentes tem o seu lado positivo, visto que posso contatar com realidades diferentes e ficar com uma melhor preparação para um futuro profissional.
            Tenho gostado bastante desta experiência pois permite-me ter um maior contato com os clientes, do que quando realizo auditorias que é mais trabalho do técnico, em formação acaba por ser um trabalho de equipa entre o técnico e o cliente.

terça-feira, 10 de abril de 2012

O correto armazenamento dos Géneros Alimenticios em equipamentos de frio

Câmaras de Refrigeração

Nas diversas vistorias que já tive o prazer de realizar, há diversos requisitos a ter em conta, um deles é a verificação das câmaras de refrigeração de acordo com o HACCP, visto que estes aparelhos estão incluídos num grupo que permitem a conservação de alimentos. Sendo a temperatura um dos fatores mais importantes para a manutenção dos alimentos. As anomalias mais frequentes que dizem respeito a este tema são:
·         Falta de identificação dos produtos acondicionados nas câmaras de refrigeração;
·         Falta de uma separação entre os produtos cozinhados e os alimentos crus;
·         Alimentos mal acondicionados (recipientes e embalagens impróprias);
·         Má organização dos diversos produtos presentes;
·         Falta de espaço entre os diversos produtos acondicionados;
·         Acumulação de gelo;
·         Borrachas deterioradas, não permitindo o devido fechamento das câmaras de refrigeração;
·         Falta de higienização das câmaras de refrigeração.
Sendo deste modo necessário sensibilizar os clientes sobre a correta disposição dos produtos alimentares no frigorífico, as temperaturas adequadas de refrigeração, alertar para a verificação regular dos prazos de validade dos produtos e a importância da higiene do mesmo.
(Fonte:http://tiago-tmsg.blogspot.pt/2009_11_01_archive.html)
Clique sobre a imagem para aumentar
O armazenamento refrigerado é uma forma importante de manter os alimentos em bom estado. O frio ajuda a conservar os alimentos frescos e a atrasar o aparecimento e desenvolvimento da maioria dos microrganismos nocivos. Para além de que não altera as características dos alimentos que lá permanecem.
A temperatura ideal de um frigorífico é de 5ºC a nível das prateleiras do meio, visto que a temperatura não é uniforme em todo o frigorífico. Tirar partido das diferentes temperaturas existentes, permite assegurar um armazenamento otimizado dos seus produtos alimentares.       
O ponto mais frio do frigorífico é na prateleira do fundo logo acima das gavetas dos legumes (2ºC). Este será o local correto para colocar carne e peixe frescos. Assim sendo, está-se a evitar o gotejamento sobre outros alimentos.
Coloque os ovos, leite e derivados, restos de refeições, bolos e os produtos que mencionam na embalagem “refrigerar depois de aberto” nas prateleiras do meio (4-5ºC) e nas de cima (8ºC). As gavetas inferiores (até 10ºC) são intencionalmente concebidas para manter os legumes e frutas que podem ficar danificadas com temperaturas inferiores. Os compartimentos ou prateleiras das portas são o local menos refrigerado do frigorífico (10-15ºC) sendo idealizadas para armazenar produtos que exigem apenas um ligeiro arrefecimento, incluindo as bebidas, mostarda ou a manteiga.
Não é aconselhável colocar muitos alimentos no frigorífico, quando se encontra muito cheio, pode atingir o ponto de não existir espaço entre os diferentes alimentos, o ar não consegue circular e a distribuição da temperatura ficará afetada. A existência de gelo no frigorífico faz com que este não trabalhe tão eficazmente. Adicionalmente, o gelo diminui o espaço existente para a colocação dos alimentos. Deve-se proceder à descongelação do frigorífico com alguma frequência, utilizando água quente com um pouco de vinagre para eliminar odores desagradáveis.
Alguns alimentos não necessitam de refrigeração e, em alguns casos podem até mesmo perder qualidades se mantidos no frigorífico. Este é o caso, por exemplo, de frutas exóticas, tomate, feijão, pepino e abóboras. O pão também se deteriora mais rapidamente se mantido no frigorífico. As frutas e os legumes que precisam de amadurecer devem ser mantidos à temperatura ambiente.
No verão temos de regular a temperatura do frigorífico para valores mais frios do que os necessários durante o inverno. Certifique-se que as portas estão sempre bem fechadas. Estas só devem ser abertas quando necessário e fechadas o mais rapidamente possível.
Embrulhe ou tape os alimentos de modo a evitar perdas de frescura e de sabor. As sobras ou restos devem ser colocadas em recipientes limpos, de baixa profundidade e tapados. Não devem ser colocadas grandes quantidades de alimentos quentes no frigorífico, já que isso irá implicar um aumento da temperatura; é preferível deixá-los, um pouco, à temperatura ambiente, até arrefecerem (lembre-se que qualquer alimentos cozinhado deve ser colocado no frigorífico dentro de um período de duas horas após ter sido servido).
É importante não esquecer a regra “o que primeiro entra no frigorífico, primeiro deve sair”. Quando arrumar os alimentos no frigorífico, coloque os produtos recém adquiridos atrás dos que já lá existiam. Este método ajuda, a assegurar que consumimos os alimentos antes de expirar a data de validade e assim, a reduzir a quantidade de comida que se deita fora.
Tenha em atenção que os alimentos são mantidos frescos e seguros no frigorífico apenas durante o tempo indicado no rótulo da embalagem. Se tiver dúvidas sobre um alimento, ou de há quanto tempo ele se encontra no frigorífico é melhor deitá-lo fora. Ter um termómetro no interior do frigorífico é também muito útil, uma vez que assim sendo, pode ter sempre a certeza que o seu frigorífico mantém a temperatura adequada.

Congelação

É considerado o melhor método de preservação dos mais variados alimentos, mesmos daqueles considerados como perecíveis. Embora existam vários métodos de conservação de alimentos, como (salgar, defumar, entre outros) o congelamento revela-se o mais eficaz, pois as vantagens são inúmeras; consegue-se manter o sabor, a cor, o aroma, não altera as propriedades nutritivas e nem a consistência do produto.Com um bom planeamento, o congelamento doméstico ou comercial oferece, economia de tempo e de dinheiro, e ainda, inúmeras vantagens, que aumentam a medida de sua utilização, o aproveitamento dos alimentos é total, evita-se desperdícios, sobras, perda de produtos perecíveis, que em condições normais de armazenamento têm curta duração. Veja abaixo mais algumas vantagens que se terá com o congelamento:
·         Tempo – nas compras, no preparo e na apresentação dos pratos;
·         Combustível – com planeamento as compras serão mais espaçadas;
·         Gás e energia elétrica- racionalizando o uso, porque preparam grandes quantidades, com pouco consumo;
·         Oportunidades de venda- oferecem até fora de época alimentos com qualidade, quantidade e preços acessíveis;
·         Facilidades- têm sempre disponível o produto que pretende.
Para proceder à congelação dos diversos alimentos é indispensável seguir as instruções do rótulo para armazenar alimentos congelados. Deve verificar quantas estrelas têm o seu congelador e qual o seu significado. O tempo máximo de armazenamento de um alimento congelado depende do número de estrelas do seu congelador:

Número de estrelas
Período de armazenamento
Nenhuma estrela
24 Horas
*
1 Semana
**
1 Mês
*** ou ****
Armazenar até à data indicada na embalagem.

Antes de congelar alimentos crus, certifique-se que são frescos.
Divida os alimentos em porções pequenas, de modo a que congelem rapidamente, e coloque-os em recipientes bem limpos e fechados (caixas com tampa ou sacos de plástico para congelação de alimentos).
Tenha em atenção que os alimentos frescos ou cozinhados só poderão ser congelados em arcas congeladoras ou se o congelador tiver três ou quatro estrelas.
De forma a cumprir um dos pré-requisitos do HACCP devem ser preenchidos diariamente as folhas de registo das temperaturas dos equipamentos de frio. A cada equipamento de frio deve ser atribuído um número de forma a ser mais fácil a identificação.
Os registos devem ser feitos pelo menos duas vezes por dia, no início e no final do período de trabalho. Estes são importantes, pois permitem:
- Avaliar o estado de funcionamento dos equipamentos;
- Detetar anomalias;
- Evitar a deterioração de mercadorias armazenadas em equipamentos que deixem de funcionar adequadamente.

 Na minha opinião a maioria das pessoas não se encontram consciencializadas para uma correta organização nos equipamentos de frio, encarando esta como uma simples medida que não interfere em nada com a alteração e manutenção dos alimentos que se encontram lá acondicionados. É importante haver sensibilização de todos os manipuladores de alimentos para aquando da receção dos alimentos terem atenção à informação disponibilizada no rótulo e procederem de forma rápida e eficaz ao acondicionamento dos alimentos, visto que a temperatura é um dos fatores mais importantes na degradação dos alimentos.


Webgrafia:
“Manual de Higiene e Segurança Alimentar- Boas práticas na preparação de alimentos para idosos”. Disponível em http://www.eufic.org/article/pt/artid/correcto-armazenamento-alimentos-frigorifico/  . Acedido a 7 de Abril de 2012.
“Guia de Conservação dos Alimentos”. Disponível em  http://www.lipor.pt/upload/Lipor/ficheiros/guia%20conserva%C3%A7%C3%A3o%20alimentos.pdf  . Acedido a 10 de Abril de 2012.

quarta-feira, 4 de abril de 2012

6- Controlo de Pragas

(Fonte:http://controlodepragas.com/)

Devido às características de calor e humidade das áreas de trabalho numa unidade de restauração, aliadas à presença de comida, estas são zonas propícias à presença e multiplicação de pragas.
As pragas são todos os animais indesejáveis que poderão estar presentes em qualquer zona de um estabelecimento de restauração, tais como baratas, ratos, moscas, mosquitos, formigas e pássaros.
Menos frequentemente, podemos ainda encontrar animais domésticos, tais como o gato e o cão, que são também indesejáveis neste tipo de estabelecimentos.
Há unidades de restauração com maior tendência para possuírem pragas, por exemplo pela aproximação de um rio ou outras características externas ou inclusive devido à arquitetura das instalações.
Para controlar pragas é necessário pedir auxílio a uma equipa especializada no controlo de pragas que seguirá todas as normas de segurança adequadas a um estabelecimento de alimentação, tanto a nível dos equipamentos como dos produtos utilizados.

Todas as unidades de restauração devem ter um plano de controlo de pragas que deve contemplar:
*       Nome, contactos e cópia de contrato com a empresa especializada no controlo de pragas.
*       Fichas técnicas dos produtos químicos utilizados.
*       Relatórios das visitas dos técnicos.
*       Localização dos iscos e dos electrocaçadores.
*      Registos das desinfestações efetuadas, com respetivos relatórios descrevendo os métodos utilizados.
As pragas devem ser eliminadas assim que apareçam, mas é essencial que se faça a prevenção periódica do seu aparecimento.

Para a prevenção do aparecimento de pragas, os manipuladores de alimentos devem fazer o controlo preventivo, através de medidas tais como:
*      Manter as portas de acesso à cozinha e zonas de receção de mercadorias sempre fechadas. Se necessário dotá-las de porta tipo vai-e-vem ou outras de fecho automático.
*      Tapar os buracos e fendas com cimento ou outro material resistente e tapar os ralos de escoamento com grelhas amovíveis, para facilitar a sua limpeza.
*      Fazer verificações regulares aos equipamentos, procurando pragas e seus vestígios em locais escondidos tais como atrás dos equipamentos, prateleiras ou outros materiais. Vestígios de pragas podem ser marcas de roeduras em alimentos ou suas embalagens, rastos de gordura, fezes, urina.
*      Dotar todas as janelas de redes mosquiteiras amovíveis (para facilitar a limpeza).
*      Colocar electrocaçadores junto às zonas de acesso do exterior e verificar o seu funcionamento.
*      Não deixar alimento para as pragas. Guardar todos os alimentos em recipientes com tampa ou devidamente fechados com película aderente, papel de alumínio ou sacos de plástico, nunca deixando sobras destapadas. Os restos devem ser colocados no recipiente do lixo imediatamente após cada refeição.
*      Limpar qualquer alimento derramado imediatamente após o ocorrido. As pragas multiplicam-se melhor em meios pouco limpos repletos de alimento.
*      Retirar o lixo para contentores exteriores após cada refeição e lavar todos os caixotes do lixo após cada período de trabalho.
*      Caso existam depósitos de águas, poços e cisternas, estes devem ser bem fechados, para evitar que haja animais que vão beber água ou possam cair no seu interior.